Prezados colegas economistas, temos que começar a discutir sobre o tema “Certificação” para os Peritos Economistas, por ser uma prerrogativa dos tempos atuais, caso queiramos manter o excelente serviço realizado pelo grupo de peritos que já estão atuando de forma persistente, embora seja um mercado de difícil acesso para nossa classe, aja vista as circunstâncias próprias tanto da preparação, quanto da qualificação dos nossos profissionais, que tem sido feito quase que de forma autodidata, se considerarmos que não há uma instituição de ensino no Estado do RN comprometida com a formação pericial dos Economistas, entretanto, esta dificuldade não afasta ou retarda o que está por vir.
É do conhecimento da maioria dos economistas que o Conselho Federal de Economia está percorrendo, gradativamente, os Estados brasileiros ministrando curso de perícia judicial e de assistência técnica extrajudicial no intuito que esse trabalho já servir de base e de preparação para a implantação da futura Certificação Nacional, via exames de suficiência, a exemplo do que já passou a ocorrer com os nossos colegas Contadores do CFC a partir deste ano.
Deste ponto de vista, nós Economista também passaremos a implantar tais seleções em breve. O exame em si não vejo como problema, o que se torna mais preocupante é perceber que existe a possibilidade de haver uma regulamentação, no âmbito das perícias vinculadas ao campo dos economistas, separadas por especialidades e que o exame, pra isso, seja específico para cada uma dessas áreas, por exemplo – trabalhista; Cível; … Devemos ver isso com muita preocupação porque, se nós Economistas já temos dificuldade de entramos no mercado de perícia devido fatos mais ligado ao senso comum, do que propriamente por falta de qualificação técnica nossa. Imagine se o nosso próprio Conselho Federal, por falta de orientação dos conveniados, inicie uma campanha (via esse tipo de Certificação) com característica muito seletiva, que resulte no aumento ou na recuperação sistemática de dificuldades de acesso especificas para a entrada da nossa classe no mercado, barreiras essas, que em vários Estados, a exemplo do RN, já estão sendo amenizadas por ações exclusivamente dos Conselheiros, voluntariamente
Se considerarmos o discurso em que é apresentado como solução para preencher o espaço deixados pelas universidades, a oferta de um curso básico de perícia, para em seguida cobrar com um “exame por habilidades específicas”, isso seria o mesmo que caminhar na contramão dos outros conselhos de classes, que numa situação idêntica, respeitaram os direitos adquiridos dos profissionais que já estavam atuantes no mercado, dando prazo a todos se regularizarem via uma forte campanha de conscientização. Inclusive é bom lembrar que a maioria dos Economistas atuantes no nosso Estado atualmente está enfrentando uma luta silenciosa para a recuperação e manutenção do perito Economista nos Tribunais de Justiça e tudo de forma voluntária, então, acredito que devemos abrir um fórum aqui no nosso Conselho Regional para discutirmos com clareza quais os pontos em descobertos para os Economistas atuais e os que estão pra sair nos próximos anos das universidades locais
Ao contrário da maioria dos conselheiros, esses que veem a universidade ausente e estruturalmente indiferente (engessada), vejo a universidade completamente o oposto, pela experiência obtida recentemente como membro do Conselho de Curadores – CONCURA da UFRN, vejo a solução nas próprias universidades locais, principalmente na UFRN, onde já possui toda a estrutura acadêmica necessária para a preparação, não só, dos nossos universitários Economistas, como os universitários das outras especializações, (Administração, Contabilidade, Ciências Sociais, etc) o que falta para essas instituições é um trabalho sério e permanente de um Grupo de Trabalho da parte do nosso Conselho focado em perícia forense e que vá ou convide os docentes das universidades para apresenta-los a Perícia e sua interdisciplinaridade, orientando de forma respeitosa, as pequenas modificações que a Coordenação do Curso de Ciências Econômicas poderia fazer e os outros Cursos correlatos. Na verdade, não seria nem sequer um trabalho e sim uma campanha permanente neste sentido, a via “palestra”, Oficinas, Estágios, parcerias…
Para finalizar, lembro que todo esse trabalho sugerido para ser implantado aqui na Capital do Estado, pode e deve ser feito também no interior do Estado com o apoio da UERN e sistema IFs, Prefeitura, etc apoiado pelo sistema EAD para reduzir os custos, mas ampliando o alcance.
Natal/RN, 25 de junho de 2018
Conselheiro Econ. Cândido Gabriel de Araújo.
CORECON-RN RG 1.800
Finalmente o Conselho começou a implantar alguma coisa na área de Perícia econômica! Tal espaço vinha sendo ocupado por peritos com outra formação! Entretanto, ja na década de noventa do Século XX, o Corecon-RN mandou ministrar curso de Perícia para economista.
Parabéns ao Conselho!