ALCYR VERAS (economista e professor universitário)
Neste ano de 2018, dois grandes e marcantes eventos poderão contribuir para despertar o senso de otimismo do brasileiro que, atualmente, está se deixando levar por uma contagiante onda de negatividade. São eles: a Copa do Mundo de Futebol e as próximas Eleições de outubro.
No cotidiano, sente-se que uma considerável parcela da população brasileira está insatisfeita com a atual situação do país. A preocupação no sentido da busca incessante por melhores dias torna-se um sentimento saudável e construtivo. O que não devemos fazer é, irracionalmente, mergulharmos no ceticismo, afogando-nos na incredulidade. Quando desaparece a fé no ser humano, é sinal de que nada mais resta. Quando colocamos nossa atenção no foco negativo das coisas, elas aumentam de tamanho e, além disso, anulamos as boas oportunidades que podem aparecer.
Não podemos desconhecer que o Brasil está, geograficamente, situado no Continente Sul-americano, considerado o penúltimo mais pobre do planeta. Por isso, sofre as consequências negativas das desigualdades sociais e econômicas em relação aos países ricos.
De outro lado, como já comentamos em artigos anteriores, a economia brasileira vem apresentando visíveis sinais de recuperação, como as quedas da inflação, da taxa de juros e do desemprego. É claro que a greve dos caminhoneiros afetou transitoriamente a performance dos indicadores econômicos, mas, como foram interferências circunstanciais e pontuais, seus efeitos não causaram danos irreparáveis.
A realização da Copa do Mundo (World Cup Rússia 2018) é o maior espetáculo esportivo do planeta, em todos os tempos. A espontânea manifestação de nacionalismo que o evento faz despertar nas pessoas, costuma produzir, de maneira natural, um envolvente clima de euforia e otimismo. Mas, dessa vez, parece que os brasileiros, de um modo geral, não estão confiando em sua seleção de futebol. A apatia e a descrença fizeram-lhes perder a esperança. Descrença essa talvez por não mais acreditar nos governantes, por não mais acreditar que se restabeleça a segurança pública, a educação de qualidade, e que se retire a saúde pública da indigência. Que a ética e a moralidade, no trato da coisa pública, voltem a ser valores inalienáveis. Enfim, que o Estado possa oferecer aos seus cidadãos paz social, vida digna e decente.
Eleições livres manifestam a soberania de uma Nação. Eleições livres representam a plenitude da democracia, em relação à qual o povo exerce o legítimo direito de escolher seus representantes.
Não esqueçamos que no cenário internacional, em comparação com outras Nações, somos um país dotado de privilegiadas potencialidades naturais de crescimento econômico. Nada de “jogar a toalha”, fazendo como o avestruz que enterra a cabeça no chão para não ver a tempestade passar. Erros foram cometidos, erros devem ser corrigidos. Se o país está errando com os atuais governantes, saibamos, agora, escolher novos representantes de melhor qualidade. O maior líder espírita brasileiro, Chico Xavier, nos ensina que “você não pode voltar ao passado para corrigir um erro, mas você pode seguir em frente escolhendo um novo caminho”.
Como estamos vivendo, neste momento, o clima de um mega certame futebolístico mundial, eu diria que não vale a pena entregar os pontos da partida logo no primeiro tempo do jogo.