Por Osmar Faustino de Oliveira
(Mestrando em Desenvolvimento Urbano – UFPE | Especialista em Mercado de Capitais – UFRN |Graduado em Economia – UFRN)
A construção política e social do Brasil teve início com a colonização do país pelos europeus. Segundo Holanda (2006) a tentativa de implantação da cultura europeia em extenso território é, nas origens da sociedade brasileira, o fato dominante e mais rico em consequências e que traz de países distantes nossas formas de convívio, somos ainda hoje uns desterrados em nossa terra. Bastante interessante essas suas palavras, pois resume o Brasil. Toda hierarquia funda-se necessariamente em privilégios, Portugueses e espanhóis parecem ter sentido vivamente a irracionalidade específica, a injustiça social de certos privilégios, sobretudo dos privilégios hereditários. O prestígio social, independente do nome herdado, manteve-se. O Brasil não foi teatro de nenhuma grande novidade. A mistura com gente de cor tinha começado amplamente na metrópole.
Em relação a transição para o trabalho industrial apresenta uma nova sociedade moderna, que se opõe a velha ordem familiar. Em que a democracia é um sistema complexo de preceitos, que foi trazida as terras tropicais sem pensar nas modificações que seriam impostas a sociedade. Pode-se notar que uma classe dominante a importou e tratou de moldá-la em razão dos seus interesses. Assim a democracia se incorporou ao cenário nacional, ao menos como fachada ou decoração externa.
Segundo Holanda (2006) o Brasil se adaptou regime legitimamente democrático e que isso só seria efetivamente possível quando conseguisse se livrar dos fundamentos personalistas e aristocráticos oligárquicos que ainda assenta a vida social. O pensamento liberal-democrático está em contraste com qualquer forma de convívio baseada nos valores cordiais. Todo afeto entre os homens funda-se em preferências. A unilateralidade entra em oposição com o ponto de vista jurídico e neutro em que se baseia o liberalismo. O autor pensa que os acontecimentos na América Latina se orientam para a ruptura do predomínio das oligarquias, com o emergência das novas camadas mais oprimidos, para “finalmente [ter] revogada a velha ordem colonial e patriarcal” (p.180).
Leia na íntegra: Artigo – Construção política do Brasil por Osmar Faustino