Dia Internacional da Mulher: CORECON se posiciona sobre idade da aposentadoria e salários da mulher no Brasil

Na passagem do “Dia Internacional da Mulher”, comemorado em 08 de março, o Conselho Regional de Economia do Rio Grande do Norte – CORECON-RN se posiciona contra a idade para aposentadoria das mulheres aos 65 anos, mesma idade proposta  para os homens pela reforma da Previdência,  defendida pelo Governo Federal em curso na Câmara Federal.

Para Ricardo Valério, presidente do CORECON-RN, essa é uma reforma prejudicial. “Não é justo com as mulheres que, secularmente, mantêm a dupla jornada de atividade como profissionais e donas de casa, mães  e companheiras, não possam manter o diferencial temporal de 5 anos entre a idade ideal para obterem a aposentadoria aos 60 anos de idade”.

São notórias as mudanças demográficas do Brasil referentes ao rápido envelhecimento e a baixa taxa de natalidade. Essa nova ordem social levará o país, a partir de 2027 a uma decadência sustentável do sistema Previdenciário que será agravado a partir de 2040, caso nada seja reformulado.  No entanto, o Conselho contesta a ação  do Governo Federal, que anuncia um déficit da Previdência muito superior à realidade, atualmente negativo, somente face aos desvios  via Desvinculações dos Recursos da União-DRU, acarreando quase 30% dos recursos originalmente da Previdência social,  para outras finalidades, entre elas, pagamento dos juros do déficit público.

É necessário um amplo debate com a sociedade sobre esta reforma. Por vários motivos, entre eles: mudanças demográficas, prejudiciais desonerações fiscais, desajustes fiscais que minaram a sustentabilidade orçamentária. Embora o CORECON-RN concorde com alguns ajustes na Previdência, julga intocável o aumento do tempo de contribuição das mulheres igualando ao mesmo tempo dos homens, por ter convicção da injustiça social que estaria sendo praticada contras as mulheres, quando outras categorias como militares, além dos poderes  Judiciários e Legislativos, não sofrerem consequências, mantendo privilégios e longe do papel nobre que as mulheres representam na estrutura matriarcal brasileira.

Da mesma forma, o Conselho ressalta a importância das lutas pela igualdade salarial e de oportunidades para as mulheres. Seja no cenário do mercado de trabalho nacional e nos poderes decisórios, na política, bem como, nos sistemas representativos. “É imperativo uma maior abertura e sensibilidade da sociedade para que os  avanços das mulheres ainda tímidos, diante às barreiras da discriminação de gênero,  face a um mercado machista e com o poder decisório concentrado nas mãos dos homens,  nem sempre os mais éticos e muitas vezes com menor sensibilidade  de percepção inerentes  a natureza das mulheres. Não podemos conceber que em pleno século XXI, o processo natural de empoderar   as mulheres continue sofrendo barreiras discriminatórias de séculos passados”, enfatiza o presidente Ricardo Valério.

Ricardo Valério ainda ressalta. “É esperado o aceleramento e melhoramento deste cenário em um estado onde a mulher conquistou, pioneiramente, o direito ao voto através de Nísia Floresta. Que as mulheres potiguares conquistem patamares merecidos, destaque e igualdade de direito no mercado de trabalho, no poder decisório, nos cenários econômicos, na política e na sociedade em geral.”

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