Para o Conselho Regional de Economia do Rio Grande do Norte – CORECON/RN, o fechamento de 402 agências e estímulo à 18 mil aposentadorias é uma tendência ao crescimento dos atendimentos virtuais do sistema bancário mundial e de ganhos de competitividade requerida do Banco do Brasil, no qual entidades de controle do sistema financeiro com a Basileia III vem exigindo para o ordenamento competitivo de um agente financeiro do porte do BB.
O presidente do CORECON/RN, Ricardo Valério Costa Menezes explica que, o anúncio do fechamento de 402 agências, das quais 222 ficam em São Paulo, sete no Rio Grande do Norte e transformação de 379 agências em posto de atendimento, 31 superintendências, além do plano de estímulo à 18 mil aposentadorias voluntárias, é uma tendência que daqui para frente deverá se estender a todo sistema bancário no país, inclusive, futuramente, atingindo em menor escala possível a Caixa Econômica Federal entre outros Bancos Oficiais.
E ainda esclarece que é natural o estímulo ao atendimento digital numa plataforma já testada e aprovada por mais de 67% das atuais operações do Banco, sendo 40% via celulares e 27% pela internet, ficando apenas 33% para as operações presenciais. Ademais, o BB precisa, urgentemente, ganhar competitividade diante o mercado privado e a internacionalização do sistema bancário em todo mundo, não podendo mais o Governo, através do Tesouro Nacional, fazer novos aportes de capitais diante das enormes dificuldades fiscais, como já foi feito anteriormente em outras gestões. O BB busca acender uma economia geral com reestruturação operacional, redução de agências e aposentadorias de 18 mil servidores para suscitar uma economia total da ordem de quase 4 bilhões de reais, sendo 750 milhões/ano, só com a parte de reestruturação e redução operacional.
O presidente do BB, Paulo Caffarelli, não quer entrar no mérito das condições oferecidas aos 18 mil aposentados, dos quais 9.072 já estão em categorias de imediata aposentadoria. O Banco do Brasil oferece 12 salários e mais indenização por tempo de serviço, pois eles têm um sistema sindical forte e organizado que, certamente, vai estar atento aos direitos dos seus associados. O BB atualmente tem 109 mil funcionários, o que significa que o maior agente financeiro nacional está promovendo uma redução do seu quadro de 19%, com estímulo à aposentadoria voluntária e de mais de 10% da sua estrutura operacional, já que atualmente o Banco tem 5.430 agências em todo país, nas quais 402 poderão ser fechadas e transformar 379 em postos de atendimento, com estrutura reduzida de funcionários.
Mas, para o Presidente do CORECON-RN, este será um caminho sem volta e consequente da ‘virtualização’ das operações bancárias pelos enormes avanços das plataformas digitais e das vantagens da conectividade, que a cada dia cresce de forma geométrica e conquista rapidamente milhares de novos usuários, a exemplo das compras pela internet, um ciclo crescente.
O Banco do Brasil assegurou que não fechará nenhuma agência em município que dependa somente dele enquanto agente financeiro, uma vez que nesses lugares, pensionistas, aposentados e o comércio em geral, dependem das operações com contato presencial, como depósitos e saques.
Mas, por outro lado, sobre a virtualização do sistema bancário, Ricardo Valério afirma que segundo o Presidente do Banco do Brasil, Paulo Caffarelli, o banco vai dobrar o número de agências digitais e captação de mais clientes com perfis online, dobrando de 245 agências digitais para 500, e ampliando o atendimento que passará a ser das 8h às 20h, para atrair mais os clientes virtuais, uma tendência crescente e atual.
O Banco do Brasil está trocando a sua base de capilaridade horizontal através de 5.430 agências espalhadas em boa parte dos municípios e capitais brasileiras, pela verticalização de plataformas digitais e assim estimular seus clientes a serem usuários das redes virtuais, aliás, o que já atinge 67% das operações atualmente. A exemplo disso, o BB lançou recentemente a Conta Fácil, que permite a qualquer cliente abrir uma conta bancária via internet, desburocratizando umas das operações que leva mais tempo numa agência bancária, que é a abertura de conta sendo feita de forma presencial.
“Teremos ainda um longo caminho a percorrer e sem volta, tal qual passamos outrora na Revolução Industrial, mas, nas mesmas proporções estará acontecendo com o sistema financeiro nacional, o que esperamos, a médio prazo, que esse enxugamento e reestruturação dos agentes financeiros um dia traga benefícios de taxas menos onerosas e melhorias significativas aos seus clientes quer seja de forma presencial ou digital”, finaliza Ricardo Valério.
muito bom o seu artigo
Gostei.