A agricultura familiar é uma forma de produção e trabalho bastante pre- sente no campo brasileiro, embora tenha sido historicamente marginalizada. Mesmo assim, desde o final do século XX aconteceram muitos avanços em termos do reconhecimento institucional da importância econômica e social dessa categoria de produtores, tendo como marco a criação do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), em 1996.
É pertinente assinalar que a agricultura familiar se distribui em todas as regiões do Brasil. Mas é no Nordeste que ocorre a sua maior concentração, uma vez que praticamente metade dos 3,9 milhões de estabelecimentos familiares do País estão localizados nesse território. Isto tem proporcionado a implemen- tação de políticas públicas em favor desse tipo de produtor, bem como estimu- lado, no decorrer dos últimos 25 anos, pesquisas multidisciplinares sobre suas condições produtivas e de reprodução social.
Do ponto de vista da ação governamental, o reconhecimento da agricul- tura familiar nordestina pode ser explicitado nos números da carteira de financiamento do BNB que realizou 7,7 milhões de operações de crédito do Pronaf de 2003 a 2019, representando um montante acumulado de R$ 29,2 bilhões. No tocante à pesquisa acadêmica, contudo, nota-se carência de estudos mais abrangentes e atualizados que demonstrem a real situação socioeconômica da categoria.
Neste contexto, considerando a publicação pelo IBGE dos resultados definitivos do Censo Agropecuário 2017 em outubro de 2019, a equipe do Comitê Editorial da REN entendeu ser relevante a organização deste Suplemento Especial, na perspectiva de disponibilizar, aos leitores, ele- mentos que ampliem o conhecimento sobre o tema e sirvam de subsídio ao planejamento regional. …
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