NOTA OFICIAL
O Conselho Regional de Economia- Corecon-RN, vem a público demonstrar a sua inquietação e surpresa, sobre posição unilateral e açodada da Petrobras, que após 70 anos de Exploração em mar e terra, na extração de riquezas minerais do subsolo potiguar, anuncia a venda de praticamente todos os ativos representados por 26 bases de produção, inclusive, a nossa refinaria Clara Camarão, colocando praticamente a maior parte da sua infraestrutura de produção a ser totalmente privatizada.
O Conselho Regional de Economia, embora não seja favorável a venda de todos os ativos e bases de produção da Petrobras, não pode deixar de reconhecer ser possível alguns desinvestimento seletivos, notadamente dos campos maduros e outras áreas de menor rentabilidade, onde o setor privado possa reativar os investimentos necessários para recuperação dos campos de produção pelo interior do RN, melhorando a eficiência produtiva, como já vem ocorrendo em alguns campos terrestres potiguares.
Mas, não podemos deixar de enfatizar as nossas contundentes preocupações e desaprovação ao processo ocorrer de forma abrupta e sem nenhuma negociação com o Estado do RN, principalmente, pelos enormes impactos socioeconômicos a toda sociedade e quebrando um compromisso assumido anteriormente. Haja vista, que no ano passado, em audiência o Presidente da Petrobras anunciou que não haveria um desinvestimento radical e, hoje, fomos surpreendidos com posição contrária e em regime para se concretizar nos próximos 30 dias, sem maiores discussões com o Estado, o qual acolheu a companhia por quase 7 décadas.
Os impactos e perdas para a economia potiguar serão nefastos se fora feita os desinvestimento no amplitude anunciada, quando o ideal seria uma privatização seletiva dos ativos menos rentáveis à empresa.
Nos últimos 20 anos, o RN produziu mais de 465 milhões de barris de petróleo, que convertidos em real, ao câmbio atual, daria um montante de R$ 120,5 bilhões, uma verdadeira fábula extraída do solo potiguar as custos de muitos passivos ambientais, legado este que não pode ser esquecido.
Cerca de 5,5 mil empregos diretos e milhares de outros indiretos dos terceirizados, vão deixar o RN, oriundos das indústria de Petróleo e Gás, que foi responsável por cerca de mais de 52% PIB do RN em 2018, sendo este um dos um dos maiores tombos sem precedente para a economia potiguar.
Somente em Royalties em 2019, a indústria de petróleo e Gás no RN, gerou R$ 425 milhões,,sendo R$ 226 milhões para os Municípios, R$ 173 milhões para o Estado e R$ 25 milhões para os proprietários de terra, que correm o risco de perder ou serem reduzidas substancialmente esta renda.
Assim, diante dos impactos econômicos e sociais acima relatados, na forma inesperada, extemporânea e ampla dos desinvestimentos anunciados, desestruturando o histórico de quase 70 anos da Petrobras no Estado do Rio Grande do Norte, entendemos, que requer maiores cuidados e zelo da parte da Petrobras, para não estrangular-mos a economia potiguar de maneira irreversível, deixando somente o passivo ambiental promovido pela Estatal, como uma dolorosa e injusta herança ao povo norte-riograndense.
Assim, conclamamos ao Governo, classe política e à toda sociedade civil, para reivindicarmos avanços mais cautelosos e seletivos do processo de desinvestimento propostos pela Estatal, neste terça feira(25), para surpresa do RN, que ver sua principal indústria, responsável por mais de 52% do PIB Industrial e milhares de empregos, a possibilidade de tamanha evasão, de danosos prejuízos à toda economia, é necessário a união de todos os potiguares na defesa dos interesses do Estado.
Ricardo Valério Costa Menezes
Presidente do Corecon-RN