Por Ricardo Valério
É inconcebível que num país de dimensões continentais como o nosso Brasil, onde as diferencias regionais são gritantes e acentuadas, o Governo Federal, através do seu ministro da Economia, Paulo Guedes, esteja defendendo a privatização dos bancos Regionais. O BNB e o BASA, são uns dos poucos pilares promotores do desenvolvimento das regiões mais carentes com o Nordeste e a região Norte, operadores, inclusive, dos fundos constitucionais, tais como o FNE e as Linhas de microcrédito do PRONAF, credi Amigo entre outros.
Os Governos anteriores, já praticamente acabaram a SUDENE, esvaziaram os incentivos e fundos de desenvolvimento regionais, sucatearam o DNOCS, agora quererem acabar com os bancos regionais, grande mola impulsionadora de novos investimentos para nossa região, com aplicações, só em 2018, de cerca de 30 bilhões do FNE, sem falarmos os milhões emprestados em micro créditos, onde o BNB desponta como o maior agente deste tipo de crédito aos pequenos empreendedores, sendo o maior repassador de micro crédito de toda América Latina.
Julgamos mais injustificável ainda, quando o Governo Bolsonaro, sinalizou para o aumento da competitividade entre os bancos, que hoje tem mais de 85% das operações financeiras concentrada em apenas cinco grandes conglomerados de Bancos, caminhar no sentido contrário, aumentando mais ainda a concentração dos recursos, se privatizar ou até mesmo tentar amenizar, incorporando os bancos regionais BASA e BNB, ao próprio Banco do Brasil, como já foi estado, ainda no Governo passado.
Se faz necessário a mobilização dos governadores do Norte e Nordeste, além da classe política, lideranças empresárias, sindicais e toda cadeia afetada por esta medida intencional do Governo Federal. Não admitir esse absurdo e, sim, o fortalecimento e modernização destes bancos Regionais, BASA E BNB, únicos instrumentos efetivos indutor para o financiamento do desenvolvimento regionais, já que o BNDS, sempre privilegia mais recursos no Sudeste, em detrimento das regiões Norte e Nordeste.
Ricardo Valério Costa Menezes
Economista, Vice-presidente do Conselho Regional de Economia e Conselheiro Federal.