Para o Presidente do Conselho Regional de Economia do Rio Grande do Norte – Corecon-RN, Ricardo Valério Menezes, é inaceitável que o Governo Federal, cruze os braços diante da retórica que os poderes são independentes, para fazer uma negociação trágica, de aceita reajuste de 16,38% para o STF, que saltará os salários dos juízes de R$ 33,7 mil para R$ 39 mil, contra apenas 5,4% do aumento do Salário Mínimo para 2019, que passará da fábula de R$ 954,00 para apenas R$ 1.006,00.
Nominalmente, isto representa os irrisórios R$ 52 a mais, contra cerca de R$ 5.300 mil de acréscimo nos salários mais altos da nação, estabelecidos inclusive como piso salarial, concedido para os Ministros do STF – Supremo Tribunal Federal. Trata-se de um contra censo social terrível, pois, cada vez mais o Salário Mínimo, pago a 50% dos trabalhadores brasileiros, fica menor, diante do salário teto da nação, dos privilegiados juízes do STF.
Fazendo-se um confronto comparativo, os R$ 5.300 mil reais nominais concedido a mais ao Magistrados, para R$ 52 reais concedidos ao nosso diminuto Salário Mínimo, observasse que só neste aumento, a diferença nominal do mínimo para o teto máximo de salário no Brasil, foi acrescidas uma diferença absurda, de mais de 100 vezes que cabe dentro do aumento concedido aos Juízes do STF, em comparação ao valor do novo mínimo projetado para 2019”.
“E o pior e mais agravante, é que teremos o efeito cascata, já que outras categorias no legislativo e executivo, que tem nos salários do STF, como o limite de teto para serem igualmente elevados, naturalmente pegarão carona, isto podendo vim a representar um rombo de cerca de mais R$ 4 bilhões só para o próximo ano, numa economia onde já é estimado um déficit fiscal R$ 139 bilhões para 2018 e 2019. Isto sem contar ainda, para com os impactos nos 27 o Estados, um verdadeiro absurdo e uma trágica e irresponsável decisão do Temer”, argumentou Ricardo, Presidente do Corecon-RN.
Para completar o cenário de injustiça social com quem ganha menos, o planalto adiou o aumento dos servidores públicos da União, que iria custar quase R$ 7 bilhões aos combalidos cofres públicos, para 2020. Na opinião do Conselho Regional de Economia, se o atual cenário fiscal não comporta, de fato, reajustes para 2019, que não fossem concedidos aumentos a nenhum dos três poderes. Foi um equívoco inexplicável do Governo Temer, de conceder aumenta justamente de quem mais ganha na nação, somente no ápice da pirâmide salariais do Brasil, distanciando o fosso com a base da massa salarial já bastante achatada e depreciada.
Assim o planalto, está contribuindo para aumentar cada vez mais a desigualdade social entre as diversas categorias, notadamente, entre os trabalhadores do setor privado, que hoje em dia, estão mais preocupados em garantir seus parcos salários quase congelados, em troca da garantia do emprego. O setor público, continua cada vez mais inchando e contribuindo para o crescimento das contas do déficit fiscal da nação, numa ação nenhum pouco legítima e ética, os aumentos autoconcedidos fere, no mínimo, a racionalidade econômica, pois, somente agrava o rombo orçamentário do Brasil.