Artigo – Inócua reunião do Fórum Mundial

Por Alcyr Veras

(Foto – economista e professor universitário)

Com um discurso em tom neonacionalista, o Primeiro Ministro da Índia, Narendra Modi, abriu a 48ª Reunião do Fórum Econômico Mundial, realizada na semana passada em Davos, na Suíça, dizendo  que este não é o momento para falar em construção de “muros e isolamentos”, numa clara alusão à discriminativa política de Donald Trump, diante de sua neurótica insistência em construir um muro alto separando os Estados Unidos do México. E o pior: ele quer que os mexicanos paguem as despesas com a construção do bizarro muro.

Para alguns observadores, a medíocre reunião do Fórum Econômico Mundial, em Davos, não passa de um faustoso encontro Turístico entre chefes de Estado, Ministros e Secretários, realizados nos Alpes Suíços, cuja despesa é bancada com o dinheiro do contribuinte. Para outros, de cunho crítico ferrenho, trata-se mesmo de uma farra, evento do tipo “engana trouxa”, sob a chancela dos países ricos querendo fazer o mundo acreditar em coisas que eles próprios não acreditam.

Abordando temas como o aquecimento global e pedindo que as Nações ricas, mais poluidoras do planeta, paguem pelos estragos que causam ao meio ambiente, Narendra defende políticas que reduzam as desigualdades socioeconômicas, adotando o modelo que ele chama de multipolar (numa referência ao antigo “bipolarismo” entre Estados Unidos e Rússia na época da “guerra fria”). Acha necessário que as Nações cooperem entre si, e não hajam como se estivessem numa acirrada competição de guerra.

Durante a realização do Fórum, houve protestos, o que tem se tornado bastante comum em eventos dessa natureza. Como já era esperado, o principal alvo das críticas foi Donald Trump.  Para grupos anticapitalistas, o irreverente e trapalhão presidente norte-americano, cujo ponto forte reconhecidamente não é a diplomacia, representa a exclusão social e a própria exploração econômica mundial. O líder do grupo Sozialismus, Michael Zahn, disse que “o Fórum só serve para que os mais ricos se reúnam e se organizem entre si para ficarem mais ricos”. Entretanto, existem aqueles que defendem a política de Trump ao afirmar que, durante os últimos meses, a redução dos juros e o corte dos impostos provaram que são instrumentos sustentáveis para estimular os investimentos, aumentar a oferta de empregos e manter o consumo em alta.

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