Não tenhamos a menor dúvida de que os juros sempre foram ― e sempre serão ― o melhor termômetro utilizado para medir o nível de saúde da atividade econômica de um país.
Assim como em todo e qualquer ramo de atividade humana, na ciência econômica também existem dogmas, preconceitos e mitos. Na Idade Média, por exemplo, a cobrança de juros, também chamada de usura, constituía um problema ético e era terminantemente proibida pela Igreja Católica. Mas, foi somente com a expansão comercial e o desenvolvimento do capitalismo, no século XVI, que a cobrança de juros deixou de ser crime e passou a ser aceita e incorporada à ordem econômica então vigente.
Em geral, as boas idéias e a criatividade surgem com mais motivação durante os períodos agudos de crise. A devastadora crise econômica mundial de 1929, também chamada de a “Grande Depressão”, demonstrou a necessidade de uma nova ordem econômica e inspirou o célebre economista John Maynard Keynes a lançar a mais famosa obra macroeconômica do século XX: a Teoria Geral do Emprego, do Juro e da Moeda. Sustentava Keynes, que a economia só pode encontrar seu real equilíbrio se o governo adotar uma política adequada de investimento que garanta a elevação da renda e do emprego, através da regulação da taxa de Juros mantendo-a abaixo da “eficiência marginal do capital”, ou seja abaixo das expectativas especulatórias de lucros. É exatamente nesse ponto que está a intervenção do Estado na economia, e tem início a formação da corrente do neoliberalismo.
Leia artigo na íntegra: Artigo por Alcyr Veras – O termômetro da economia
Por Alcyr Veras
(economista e professor universitário)